Neste 24 de abril, a ONU celebra o Dia Internacional das Meninas nas Tecnologias de Informação e Comunicação, TIC. O tema para 2025 é a transformação digital inclusiva.
A secretária-geral da União Internacional das Telecomunicações, UIT, Doreen Bogdan-Martin, lembra que embora a maior parte do mundo esteja caminhando para a paridade de gênero no uso da internet, a diferença está aumentando nos países menos desenvolvidos.
Conectividade significativa
Globalmente, apenas 65% das mulheres do mundo estavam online em 2024, em comparação com 70% dos homens. Isso representa 189 milhões de homens a mais do que mulheres usando a internet.
A chefe da UIT destaca que, por trás dessas estatísticas, estão mulheres e meninas reais que não têm oportunidades de aprender, ganhar dinheiro, se conectar e criar. Para ela, a conectividade é a base dessas oportunidades. E por isso é tão importante espaços online acessíveis, seguros, relevantes e transformadores, onde as meninas possam prosperar.
Doreen Bogdan-Martin afirma que é preciso superar barreiras de longa data, como o acesso desigual à educação e às habilidades digitais e normas sociais prejudiciais. Além de restrições de acessibilidade e espaços online que, com muita frequência, excluem ou colocam mulheres e meninas em risco.
Empoderando mulheres e meninas para a liderança
Este ano, o Dia Internacional das Meninas nas TIC tem como objetivo empoderar essa população não apenas para participar, mas também para liderar a transformação digital mundial.
A líder da UIT explica que, na prática, isso pode se assemelhar a uma jovem de uma área rural acessando serviços governamentais online, em vez de ficar na fila de um escritório distante.
Estima-se que a redução da desigualdade de gênero na adoção da internet móvel em países de baixa e média renda poderia adicionar mais de US$ 1 trilhão ao PIB global.
Secretária-geral da União Internacional das Telecomunicações, UIT, Doreen Bogdan-Martin
Inteligência artificial
Doreen Bogdan-Martin ressalta que é por isso que a UIT está trabalhando para garantir que a transformação digital funcione para todas as mulheres e meninas.
Ela citou a Parceria Global Equals, que visa equipar 100 milhões de mulheres e meninas com habilidades digitais até 2035. A iniciativa reúne líderes de tecnologia e instituições acadêmicas para oferecer treinamento gratuito e personalizado em inteligência artificial.
Para ela, as estratégias digitais devem priorizar a inclusão de mulheres e meninas desde o início.
Comemorações pela data
Este ano, a celebração global será coorganizada pela Comunidade dos Estados Independentes, CEI, e pela região dos Estados Árabes. O evento híbrido, será transmitido ao vivo, com participação entre Bishkek, no Quirguistão, e Nouakchott, na Mauritânia, além de painelistas de todo o mundo.
Um dos destaques será um diálogo intergeracional interativo, reunindo meninas, jovens, mulheres líderes e especialistas do setor de TIC para discussões dinâmicas sobre como reduzir a exclusão digital de gênero para uma transformação digital totalmente inclusiva.
O objetivo é inspirar gerações atuais e futuras de meninas e mulheres a liderar e prosperar em um mundo cada vez mais digital e interconectado.
